sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Alguns questionamentos sobre números e Política

O Brasil é de fato um país de contradições, onde se adota pesos e medidas diferentes quando se trata de interesses políticos. Alguém explica como um adolescente de 16 anos não pode responder penalmente por seus atos e pode escolher o futuro de um país, votando em seu presidente, por exemplo?
Não entendo qual é o parâmetro adotado pra determinar uma idade mínima; considerando a capacidade de um indivíduo para votar, dirigir e responder penalmente por seus atos - já que, em minha opinião, eleger certos candidatos é de igual forma um crime. Como pode um indivíduo escolher os governantes de seu país se nem ao menos pode responder por seus próprios atos civil e penalmente?
E o que dizer dos concursos públicos de prefeituras e do Estado, onde é exigido como escolaridade mínima o ensino médio para cargos de secretaria, por exemplo, enquanto não se exige o mesmo para um candidato político ou mesmo de um presidente? Não que eu ache que a escolaridade faça a real diferença da capacidade do indivíduo, mas é um tanto estranho que para ocupar cargos políticos basta que o candidato seja alfabetizado.
Alguém já se deu conta do quanto é rápido para votar? Atualmente temos o resultado dos eleitos no mesmo dia em que votamos. Por que não se utiliza a mesma tecnologia e rapidez para emitir um documento como a carteira profissional, por exemplo? O cidadão que encaminha seu pedido de carteira profissional deve esperar 15 dias úteis para ter seu documento em mãos. Isso se tudo der certo.
Um profissional da área de direito, por exemplo, em que pese ter estudado 5 anos para obter seu diploma, ainda deve submeter-se a uma prova de classe para que possa exercer sua profissão, enquanto um candidato a cargo político não passa por nenhum crivo, não se exige conhecimento mínimo em nenhuma área. Tem candidato que nem sabe o que fala e debate alguns temas de extrema seriedade, como a saúde pública, apenas porque está “na moda”.
Aliás alguém já assistiu ao horário eleitoral gratuito? Eu, particularmente passo muito mais tempo rindo dessa barafunda de candidatos do que dos shows de comédia exibidos pela televisão brasileira.
Enfim, acredito que a dimensão temporal, quando se trata de política é muito mais eficaz do que aquela aplicada para interesses do cidadão. Então, em questão de minutos você escolheu seus candidatos. Quanto tempo você esperará para que estes cumpram a primeira parte do que lhe foi prometido?
No próximo dia 03 de outubro, nós cidadãos devemos escolher nossos governantes que ditarão o rumo do país por mais 4 anos e importante se faz que cada um de nós reflita sobre tudo isso antes de confirmar nosso voto. Então vamos lá, minha gente! Temos um minuto para decidir o que refletirá em nosso próximo quatriênio.

Janaina Ap. Campos Pereira

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sustabilidade x Política

Em tempos onde a preservação ambiental está em alta, procura-se orientar os cidadãos para que adotem uma série de novos hábitos.Usa-se sacolas retornáveis, separa-se o lixo, evita-se qualquer meio de poluição. Enfim, preserva-se a saúde do meio ambiente e, no entanto, o cidadão não pode se dar ao luxo de preservar o a sua própria saúde visual.
Do que estamos falando? Pois me refiro à poluição visual que a campanha política nos obriga a aceitar. Há uma disputa ferrenha entre placas e “porta bandeiras” nas esquinas da cidade, de forma que os pedestres são obrigados a dividir as ruas com automóveis e motocicletas
Tome-se como exemplo o cruzamento da rua Ararigboia com a Avenida Tupi. Qualquer cidadão que se aventure a fazer a travessia deve predispor-se a um embate para desviar dos obstáculos. Isso se o vento não virar, porque ainda tem o risco de levar uma bandeirada da cara.
Pois bem, é isso que enfrentamos com a tal “democracia”. Particularmente, não vejo democracia alguma quando se expressa uma campanha política infringindo o direito de ir e vir do cidadão. Ontem mesmo, na esquina do Posto Pinheirão, podia contar-se cerca de 6 (ou mais) placas de candidatos diferentes mais três pessoas segurando bandeiras e, entre elas, duas pedestres, senhoras de terceira idade num “vai-não-vai” danado.
E fui seguindo a Tupi, indignada, achando que já tinha visto de tudo, quando então na rotatória logo após a Rozimbo fui “obrigada” a parar o carro pra ver se não vinha nenhum outro veículo do lado oposto, e pasmem senhores, o motivo era uma maldita placa, depositada no canteiro central da avenida, disputando lugar com as floreiras ali instaladas.
Considere-se o seguinte: a Constituição Federal, em seu artigo 225 inciso V, garante que todos temos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, e impõe ao Poder Público a incumbência de "controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”.
Onde está a atuação do poder público nesse controle?
Isso sem mencionar o Código Eleitoral que no inciso VII do artigo 243, dispõe que "não será tolerada propaganda que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas municipais ou a outra qualquer restrição de direito" (art. 243, inc. VIII).
Veja-se então, que a postura adotada por nossos candidatos infringem nossos direitos constitucionais e eleitorais de forma descarada e nada se faz a respeito.
Até quando deveremos “tolerar” esse festival de poluição visual? Ou então, quando alguém do poder público tomará uma posição positiva a respeito? Não se sabe.
Enquanto isso, senhor oftalmologista, tem vaga pra hoje?

(Janaina Ap. Campos Pereira)
Artigo publicado no Jornal Diário do Sudoeste em 22/09/2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Do que são feitos os sonhos???


Ouvi dizer que eles são feitos de papel, assim como uma carta de amor, como um barquinho que a gente fazia na pré escola...
Ou será que são feitos de algodão doce? Tão belo, tão gostoso e tão perfeito...que cor linda tem o algodão doce...
Será que os sonhos são coloridos?
Bom, se forem, então são feitos de arco-íris, afinal não é no final dele que tem um pote de ouro??
E se os sonhos tiverem cor, qual é a cor do seu sonho?
Alguns afirmam que os sonhos são feitos de areia...onde passa o mar..
Meus sonhos não têm nenhum ingrediente especial, nem uma fórmula secreta..
As vezes até chego acreditar que são de papel, mas quando coloco o barquinho de papel na água ele vai dissolvendo... não eles não podem ser de papel..
Algodão doce?? Acho que não também.. Basta ameaçar levar à boca e já era...
De areia...a gente constrói castelos de areia, mas não sonhos...ou eles mudariam conforme o ritmo das ondas, e não conforme nossa vontade, então o sonho passa a não ser seu, mas do mar...
Então , eu penso que sonhos são feitos de coisas que a gente já fez e nem se deu conta...
Porque num sonho a gente quer ser feliz, como a gente já foi em algum momento de nossa vida...
Os sonhos são feitos de uma mistura de medo e determinação, de medo de perder algo ou alguém que nos faz bem, e determinação de que dessa vez fará diferente pra não correr o risco de perder...

São feitos do silêncio, da palavra que foi dita apenas com o olhar... e do grito, o grito da loucura, da insanidade humana.


Meus sonhos são feitos dessa coisa imbecil que chamamos de amor e ódio, dessa indecisão perpétua do “ser ou não ser”...

São feitos daquela única estrela cadente que eu vi...
Do dia que pulei na cama elástica, de quando esmaguei uma pocan no bolso, de quando caí na duna de areia...
Sonhos....são feitos de coisas reais, coisas que vivemos e sabemos que é bom.
Da gargalhada que saiu espontaneamente, da lágrima que fugiu sem que percebêssemos...
É disso, que acredito que são feitos os sonhos.
Dessa inquietude da imaginação, do espetáculo do palhaço..

Sonho é essa coisa boa que a gente sabe que existe, mas que não dá pra descrever, nem guardar numa caixinha..
Não dá pra pintar um sonho, nem porquanto retratá-lo.
Sonho é esse pulo de hoje para amanhã, e a gente nem se deu conta disso....


(Jana Campos)

quinta-feira, 13 de maio de 2010


Não posso adiar o amor para outro século

não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas


Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio


Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação


Não posso adiar o coração.


António Ramos Rosa

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